terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O ALAMBIQUE

Fecho os olhos de cansaço
destilando assim a bruma
no alambique da vida...
...
E como um lençol de espuma
cubro as trevas num abraço
e já não olho para o céu
nos dias cheirando a terra...
A manhã está diferente,
não brilha na emoção
da brisa que se perdeu...
E é nesta exaltação
que em descanso derrotado
espanto do corpo a fornalha
no silêncio que une os sons...
E por vezes quando calha
em momentos menos bons
nada há que se explique...
Vou decantando a muralha
no fogo do alambique !
( Humberto Sotto Mayor )