quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

AS RUAS EM QUE ME VEJO

Há ruas em que me espelho,
me desejo
e me revejo !...
Outras há,em que a tristeza
acarreta o meu anseio
de dias ensimesmados.

Lá ao fundo vejo
o Tejo
e beijo
o chão perfumado de alcatrão
que vai espreitando os navios
atracados ...
Há uma bandeira
desfraldada
num monumento
perene
E por um momento
solene
sinto a minha inquietude,
inocente,sem virtude,
pouco crente...!
Vem a lua...
E é na algazarra da rua,
da capela em promontório,
desse pequeno zimbório
e desse claustro velho,
que eu revejo
e desejo
as ruas em que me espelho
( Humberto Sotto Mayor )