quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

AMOR INVENTADO

Era uma tarde de Verão...
Daquelas que nos penetram,
que doem como grilhetas...
em carne de torturados!
Mas o sol quente inundava
nossos corpos desnudadod.

Naquele areal imenso
de linhas que imaginava,
eram nardos ondulados
os dedos que eu agarrava...
Teu corpo esbelto,pedia
carícias que adivinhava...
Prolonguei aquele momento
saboreando a magia
da tua pele de cetim;
E a pouco e pouco senti
subir em mim o tormento
de ceder à tentação...
Toquei-te só na orelha,
depois beijei ao de leve
a tua boca vermelha...
E com um estremecimento,
deslizei a minha mão
p´la tua carne dourada...
-No amor só a verdade
tem a beleza sagrada-
(Senti teus braços abertos
na tarde que eu desfolhava )
Vibrei raízes de dor
criadas na imensidão
da força que me queimava...
Foi este amor que inventei,
naquela tarde de Verão,
de saibro,de mel,de cardo,
do cheiro das camarinhas,
de ar aberto,salgado...
Foi este amor inventado,
que me perturba a semente,
do que foi,do que há de ser,
de o viver e de esquecê-lo...
Foi assim a inventá-lo
que consegui fazer meu,
teu corpo
delgado e belo !!!
( Humberto Sotto Mayor )